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Casamento e Relacionamento - Palavras de Sabedoria
A Mãe
... É claro que toda a ideia de casamento é risível, porque eu considero a coisa como infantil.
Você sabe que em Auroville não haverá casamentos. Se um homem e uma mulher se amam e querem viver juntos, eles podem fazê-lo sem qualquer cerimônia. Se eles querem se separar, eles também podem fazê-lo livremente. Por que as pessoas deveriam ser compelidas a permanecer juntas quando elas deixaram de se amar?
Muitos crimes poderiam ser impedidos se as pessoas fossem livres nesse aspecto. Elas não teriam que esconder coisas de um para o outro, ou mesmo cometer crimes para se separarem. É claro que, se elas verdadeiramente se amam, elas continuarão a viver juntas sempre de maneira natural, sem serem forçadas a fazê-lo por qualquer lei. É por isso que essa cerimônia e ritual de casamento é tão infantil.
As crianças nascidas em Auroville não terão nome de família. Elas terão apenas o primeiro nome.
15 de jun. de 1968, p. 236, Vol. 13, CWM
(Obras Completas da Mãe, na sigla em inglês)
(A Mãe sugeriu que a sua seguinte carta sobre o casamento fosse publicada com a declaração acima.)
Unirem as suas vidas físicas, os seus interesses materiais, se tornarem companheiros a fim de encararem juntos as dificuldades e sucessos, as derrotas e vitórias da vida — essa é a fundação autêntica do casamento, mas vocês já sabem que isso não basta.
Estarem unidos em suas sensações, terem os mesmos gostos estéticos e os mesmos prazeres, serem movidos em comum pelas mesmas coisas, um através do outro e um pelo outro — isso é bom, isso é necessário, mas isso não é o suficiente.
Serem um em seus mais profundos sentimentos, manterem a afeição mútua e a ternura que nunca varia apesar de todos os golpes da vida e que podem resistir a cada exaustão, irritação e desapontamento, estarem sempre e a cada ocasião felizes, extremamente felizes, estarem juntos, encontrarem em cada circunstância tranquilidade, paz e alegria entre si — isso é bom, isso é muito bom, isso é indispensável, mas isso não é o suficiente.
Unirem as suas mentes, harmonizarem os seus pensamentos e torná-los complementares, compartilharem as suas preocupações intelectuais e descobertas; em resumo, tornarem as suas esferas de atividade mental idênticas por meio de uma ampliação e de um enriquecimento adquiridos por ambos de uma vez só — isso é bom, isso é absolutamento necessário, mas isso não é o suficiente.
Além de tudo isso, nas profundezas, no centro, no alto do ser, há uma Verdade Suprema do ser, uma Luz Eterna, independente de todas as circunstâncias de nascimento, país, ambiente, educação; Essa é a origem, a causa e o mestre do nosso desenvolvimento espiritual; é Isso que dá uma direção permanente para as nossas vidas; é Isso que determina os nossos destinos; é na consciência Disso que vocês devem se unir. Serem um em aspiração e ascensão, moverem-se adiante no mesmo ritmo, no mesmo caminho espiritual, esse é o segredo de uma união duradoura.
Mar. de 1933, p. 291, Vol. 14, CWM
(Obras Completas da Mãe, na sigla em inglês)
Por exemplo, o amor entre os seres humanos, em todas as suas formas, o amor dos pais pelos filhos, dos filhos pelos pais, de irmãos e irmãs, de amigos e de amantes, está tudo contaminado por ignorância, egoísmo e todos os outros defeitos que são as desvantagens do homem comum; então, em vez de completamente cessar de amar — o que, além disso, é muito difícil como Sri Aurobindo diz, o que seria simplesmente secar o coração e servir a nenhum fim — deve-se aprender como amar de maneira melhor: amar com devoção, com autoentrega, autoabnegação, e lutar, não contra o próprio amor, mas contra as suas formas distorcidas: contra todas as formas de monopolização, de anexação, possessividade, ciúme e todos os sentimentos que acompanham esses movimentos principais. Não querer possuir, dominar; e não querer impor o desejo de um, os caprichos de um, os desejos de um; não querer tirar, receber, mas dar; não insistir na resposta do outro, mas estar contente com o amor próprio de um; não procurar os interesses pessoais de um e a alegria e realização do desejo pessoal de um, mas estar satisfeito com a doação de amor e afeição de um; e não pedir por qualquer resposta. Simplesmente estar feliz por amar, nada mais. Se você faz isso, você deu um passo bastante largo adiante e pode, por meio dessa atitude, gradualmente avançar mais longe no próprio sentimento, e perceber um dia que o amor não é algo pessoal, que o amor é um sentimento universal divino que se manifesta através de você mais ou menos bem, mas que em sua essência é algo divino.
19 de set. de 1956, p. 301, Vol. 08, CWM
(Obras Completas da Mãe, na sigla em inglês)
Certamente, uma pessoa tem o direito de amar e o verdadeiro amor carrega em si a sua alegria, mas, infelizmente, os seres humanos são egoístas e imediatamente misturam com o seu amor o desejo de ser amado de volta, e esse desejo é contrário à verdade espiritual e a causa de paixões e sofrimentos.
Aquele que você ama deve ter o direito à liberdade em seus sentimentos e se você quer a verdade, você deve entender esse direito e aceitá-lo. De outro modo, não haverá fim para as suas angústias. Essa é uma ocasião para superar o seu egoísmo e se abrir para a verdadeira vida. Se você decidir fazer esse esforço, a minha ajuda estará com você.
Vol. 14, CWM
(Obras Completas da Mãe, na sigla em inglês)
Primeiro, uma pessoa ama apenas quando é amada.
A seguir, uma pessoa ama espontaneamente, mas quer ser amada de volta.
Então, uma pessoa ama mesmo se não for amada, mas ainda quer o amor para ser aceita por alguém.
E, finalmente, uma pessoa ama pura e simplesmente, sem qualquer outra necessidade ou alegria além daquela de amar.
15 de abril de 1966, Vol. 14, CWM
(Obras Completas da Mãe, na sigla em inglês)
Amor não é relação sexual.
Amor não é atração vital e troca.
Amor não é a fome do coração por afeição.
Amor é uma poderosa vibração que vem diretamente do Único, e apenas os verdadeiramente puros e verdadeiramente fortes são capazes de receber e manifestá-lo.
Ser puro é estar aberto apenas à influência do Supremo e a nenhuma outra.
Vol 14, CWM
(Obras Completas da Mãe, na sigla em inglês)
(Portuguese translation by Pablo Antunes)